Baependi
De acordo com relatos sertanistas, a região sul-mineira ficou conhecida a partir de 1601. A conquista de Baependi aconteceu, no entanto, em fins do século XVII, por volta de 1692, quando os paulistas Antonio Delgado da Veiga, seu filho João da Veiga e o tio de Miguel Garcia Velho o capitão Manoel Garcia Velho, partiram de Taubaté (SP) em busca de ouro. Transpondo a Serra da Mantiqueira, alcançaram um sítio que chamaram maependi (mbaé-pindi significa "a clareira aberta" em tupi-guarani).
Cidade remanescente do chamado Ciclo do Ouro em Minas Gerais, Baependi se desenvolveu ao longo do caminho da Estrada Real - a primeira grande via de comunicação regular no Brasil -, que ligava a região das minas a Paraty (RJ), porto de onde saía o ouro em direção à Europa.
O madeirense Tomé Rodrigues Nogueira do Ó (1715), Capitão-mor e Provedor dos Quintos do "Registro da Mantiqueira", foi um dos primeiros moradores do local e foi considerado o fundador da cidade por ter feito as primeiras construções. A mineração foi, paulatinamente, substituída pela agricultura e a criação de gado. Destacou-se a grande lavoura do tabaco, que fez de Baependi o centro produtor da Província de Minas Gerais e representou importante fonte de riqueza até meados do século XIX.
Atualmente, a economia do município é baseada na agricultura, no comércio, no artesanato, na comercialização de pedras de quartzito e no turismo, já que a beleza natural é o forte da cidade, cercada de montanhas, matas, rios e inúmeras cachoeiras. O artesanato é uma importante atividade econômica em Baependi. As peças feitas em bambu, palha de milho e tronco de árvore de café são distribuídas em grandes centros urbanos como, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e capitais do nordeste.
Bairros
Baependi possui diversos bairros, sendo os mais conhecidos Lavrinha, Ponte, COHAB, Palmeira, São Pedro, Índia, Gamarra, Piracicaba, Belém, Roseveelt, Vargem Grande, Barro Vermelho, Vale Formoso, Seival, Pinhal, Itauna, Rosetinha, Chapéu entre outros.
Religiosidade
Baependi já era paróquia com funções eclesiásticas desde 1723. O sentimento de profunda religiosidade marca a história da cidade desde os primeiros tempos, traduzido pelos costumes de seu povo. A cerimônia da Semana Santa em Baependi acontece há mais de 200 anos, sendo uma das mais tradicionais de Minas Gerais. As procissões diárias acompanhadas de banda de música e coro, a representação da Paixão e Morte de Jesus Cristo, o canto da Verônica , o soar dos sinos e o som das matracas, revelam a fé e a tradição baependianas.
Os templos, debruçados pelas ladeiras esguias, parecem guardar a cidade e seus habitantes. O Santuário de N. Sra. da Conceição, mais conhecido como Igreja de Nhá Chica, é o mais visitado pelos fiéis, que também se encantam com a arquitetura e o acervo da Igreja Matriz N. Sra. do Montserrat (1754). As igrejas baependianas - da Matriz, de Nossa Senhora da Boa Morte (1815) e do Rosário (1820) - tombadas pelo Patrimônio Histórico e Artístico, representam bens de grande valor para um povo que considera Nhá Chica o seu maior patrimônio espiritual.
Atualmente o pároco é o Padre José de Souza, natural de Natércia (MG), e o vigário paroquial é Padre Geraldo Ernesto, que administram a igreja na qual se encontram os restos mortais de Nhá Chica, serva de Deus.